Quase que passa despercebido, talvez porque nos vamos
habituando à tecnologia, mas a robotização de algumas atividades na construção
civil é já uma realidade. Na área estruturas alguns exemplos mais correntes
são:
- Corte e moldagem de armaduras de forma automatizada;
- Corte, furação e soldadura automatizada em estruturas
metálica;
- Incorporação de elementos prefabricados;
No caso de armaduras a tecnologia não é recente mas para
que o processo seja eficiente, quando se desenvolve o projeto, usando
nomeadamente ferramentas BIM, é essencial produzir documentos que possam ser
diretamente alimentados nos robots de corte e dobragem. Assim o processo é
transparente e não obriga a uma preparação específica por parte de quem está na
obra. A experiencia da Central Projectos a trabalhar neste domínio em alguns
países, permite perceber que em algumas obras já não há ferramentas de corte e
dobragem. Todas as armaduras chegam preparadas e etiquetadas à obra e o rigor
com que criamos os mapas de armadura tem de ser muito elevado.
Algum software do
mercado já exporta diretamente para ficheiros CNC que são aproveitados para
cortar, furar e até soldar estruturas de forma automática. Esta tecnologia
permite diminuir a intervenção humana e aumentar o rigor e qualidade dos
trabalhos o que significa uma poupança significativa em algumas obras. Esta
tecnologia está a abrir também outras portas à criatividade. Existe hoje uma
nova tendência em arquitetura, que habitualmente se chama "free form", que foge
ao padrão da repetição. Na Central Projectos estamos a desenvolver um projeto integrado
neste novo conceito que tem aproximadamente 13 mil nós estruturais diferentes, com
diferentes ângulos entre barras. Num processo automatizado o custo de produzir
todos os nós diferentes ou todos os nós iguais é o mesmo.
A utilização de um número cada vez maior de elementos
prefabricados é também um sinal da cada vez maior robotização efetuada em
fábrica e aplicada em obra. Alguns dos elementos mais comuns, são as malhas de
armaduras electrossoldadas, juntas de dilatação, apoios e todos os elementos
pré-fabricados em betão a que já nos habituámos. Estes elementos estão cada vez
mais disponíveis como objetos que se podem incorporar nos projetos em ambiente
BIM.
Com a crescente escassez de mão-de-obra, o futuro passa
pela cada vez maior automação na construção com uma crescente responsabilização
do projeto que é simultaneamente uma ferramenta de automação que alimenta os
processos automáticos.
Na Central Projectos olhamos o futuro com otimismo e
estamos a dar passos importantes para estarmos na linha da frente, estando já a
trabalhar com tecnologia de projeto que comunica diretamente com os Robots.
J. Catarino