01 fev 2019

Indicador Reabilitação de condutas

Categoria Indicadores ERSARP
  • Indicador Reabilitação de condutas

Ainda sobre os indicadores publicados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (ERSARP) no seu relatório anual do setor que cobre o ano de 2018, olhámos desta feita para o Indicador Reabilitação de condutas. De acordo com a definição constante no relatório da ERSARP, com este indicador:

      "(...)

      Pretende-se avaliar a existência de uma prática continuada de reabilitação das condutas por forma a assegurar a sua gradual renovação e uma idade média aceitável da rede.

      O indicador é definido como a percentagem média anual de condutas de adução e distribuição com idade superior a dez anos que foram reabilitadas nos últimos cinco anos.

      (...)"

Em 2018, em Portugal, registou-se que o indicador de reabilitação de condutas foi de 0,6%/ano nas Entidades Gestoras (EG) em baixa (simplificadamente as redes de distribuição de água nos aglomerados populacionais) e 0,3% nas EG em Alta (simplificadamente os sistemas que tratam da captação, tratamento, transporte até aos aglomerados populacionais e armazenamento). Esta métrica, de acordo com os valores de referência propostos na publicação ERSARP, tem um desempenho insatisfatório tanto para EG em Baixa como EG em Alta:

      Qualidade do serviço boa                         -          [1,0; 4,0]

      Qualidade do serviço mediana               -          [0,8;1,0] ou [4,0; 20,0]

      Qualidade do serviço insatisfatória     -           [0,0; 0,8]

Quando analisamos a evolução deste indicador, verificamos também que o mesmo tem vindo a diminuir nos últimos anos.

Verificamos ainda, quando analisamos os dados apresentados por EG, que uma grande maioria não respondeu ao indicador ou apresenta mesmo uma taxa de reabilitação de condutas nula, como se pode verificar nos exemplos seguintes das zonas Norte e Centro.

           

  Fonte: Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal | 2018 | Volume 1

Esta falta de investimento na renovação de condutas, ao que não serão alheias as restrições orçamentais que o país tem experimentado na última década, empurra as EG para a adoção de uma política de gestão reativa em detrimento de uma política preventiva. Este tipo de abordagem tem consequências na gestão eficiente e sustentável dos sistemas de abastecimento de água com consequências, como por exemplo, no aumento das perdas de água, que por sua vez resultam em perdas económicas e diminuem ainda mais a capacidade de investimento das EG.

É importante alterar este paradigma. A renovação de condutas é uma aposta na melhoria não só na qualidade do serviço prestado, mas também no desempenho económico das EG.

Na Central Projectos reunimos uma equipa especializada com capacidade para trabalhar em conjunto com as EG para assistir num melhor conhecimento das suas infraestruturas (e.g. cadastro, SIG), planos de reabilitação e planos de gestão de perdas e energia. Este tipo de ferramentas permitem às EG uma gestão eficaz e eficiente dos seus sistemas.

B. Henriques

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