Recentemente,
um pouco como balanço das declarações ao Jornal de Negócios do Presidente da
Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), Eng.º Manuel Reis
Campos, têm sido analisados e comentados os números mais recentes da evolução
da construção nos últimos anos, os quais podem ter várias interpretações.
Manuel
Reis Campos admitia na entrevista, que o principal problema do setor da
construção reside no investimento público, visto que os investimentos "nas
outras áreas estão mais assegurados". O Presidente da CPCI assinala que, em
Portugal, se registou um "crescimento da produção da construção da ordem dos
3,5% em 2018". Acrescentou ainda que "em termos de variação real de
investimento, de 2010 a 2018, a Europa regista sempre crescimento e em Portugal
é negativo". E esta é uma tendência que nos últimos anos se tem consolidado,
basta se ter como base o investimento público anual em Empreitadas de Obras
Públicas:
- Em
2010 era de 9614 milhões de euros
- Desde
2011 que nunca mais ultrapassou os 5000 milhões de euros;
- Em
2016 atingiu o mínimo de 2887 milhões de euros;
- Em
2018 registou o valor de 4144 milhões de euros;
- Em
2019, com base no Orçamento de Estado, será de 4853 milhões de euros;
- O peso
do investimento público no PIB é menos de metade que no início da década: em
2010 representava 5,3% e agora 2,1%.
O
responsável relembrou que "nas obras públicas tinha sido previsto que 2018
seria um ano de relançamento, mas o que se verifica é que decresceu 11% em
termos de concursos promovidos".
Também
para fazer face a estes números, o Governo veio anunciar o novo Plano Nacional
de Investimentos (PNI) 2030, que prevê o financiamento de 65 projetos, num
total de 20 400 milhões de euros. Muitos destes projetos têm uma importância
fulcral para o desenvolvimento e sustentabilidade do país, tendo muitos deles
sido adiados durante muitos anos, e que serão alvo da comparticipação de fundos
europeus. Além desses 65 projetos, muitos outros serão abrangidos pelo
investimento público e por financiamento europeu, prevendo-se um crescimento no
mercado da construção que não se vislumbrava possível e que ainda suscita algum
ceticismo.
Uma
questão se coloca: estarão todos os intervenientes no sector da construção preparados
para esta "revolução" que irá projetar o investimento para números que não se
viam há mais de uma década?
A
Central Projectos está consciente deste desafio e estará disponível e preparada
para abraçar esta nova fase com que se depara o país, planeando conceber mais e
melhor.
P.Palhinha