O uso controlado
do recurso da água é cada vez mais uma necessidade face às evidentes alterações
climáticas, contribuindo este para a sustentabilidade tanto ambiental como
económica. Para sensibilização dos portugueses quanto a esta temática,
destacam-se os seguintes programas já implementados no nosso país:
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Programa Nacional para o Uso Eficiente de Água (PNUEA);
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Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais
(PENSAAR);
É também referência
o projeto de educação e sensibilização - "Aqua eXperience", promovido após a seca vivida no país
em 2017, por duas importantes entidades do setor: EPAL e ADENE.
Um estudo desenvolvido
pela ANQUIP mostra que a tomada de medidas de eficiência
hídrica em edifícios podem potenciar poupanças de água até 30%, pelo que para
além da sensibilização da sociedade para o impacto económico e ambiental que
esta poupança pode gerar, se torna urgente desenvolver e implementar medidas
práticas neste âmbito. Para tal, e de acordo com esta entidade, é essencial a
adoção do princípio dos 5R's, composto por cinco vertentes distintas de medidas
a implementar: medidas de redução de consumos, medidas de redução de
desperdício e de perda de água, medidas de reutilização de água, medidas de reciclagem
de águas e medidas para recorrer a fontes alternativas para a obtenção do recurso
da água. Estas podem passar tanto por soluções já recorrentes, como por outras que
representem inovação, destacando-se abaixo algumas delas que podem ser alvo de
consideração já em fase de projeto:
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Produtos e serviços com base no seu desempenho ambiental, de acordo com a norma
ISO 14020;
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Produtos e dispositivos de acordo com a certificação da eficiência hídrica:
- Classificação "Water label", generalizada na europa;
- Classificação desenvolvida ao nível nacional pela ANQUIP;
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Circuitos de retornos das águas quentes sanitárias;
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Torneiras termostáticas ou temporizadas;
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Torneiras com obrigatoriedade de abertura em água fria;
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Redutores em torneiras com a introdução de ar no fluxo de água;
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Sistemas compactos de sanita/lavatório ou mictório/lavatório;
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Mictórios sem uso de água;
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Sistemas de reutilização de águas cinzentas ou pluviais;
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Reabilitação das redes prediais existentes;
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Tecnologias de medição inteligente dos consumos de água;
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Origem das águas através dos níveis freáticos ou tratamento de águas salgadas;
Importa salientar
que a maioria das medidas são ainda de caracter voluntário, pelo que uma outra
medida promotora da eficiência hídrica em edifícios poderá passar pelo
estabelecimento de regulamentação associada a esta temática, acompanhando e
contribuindo eficazmente para já consolidada eficiência energética, tomada em
prática nos edifícios.
Como entidade
projetista, a Central Projectos implementa nos seus projetos medidas de
eficiência hídrica, não só porque promove o contributo dos seus clientes para o
uso eficiente da água, cooperando mesmo que numa menor fatia, para a minimização
do risco de stress hídrico, mas
também porque geralmente estas medidas se traduzem em ganhos económicos a médio
e longo prazo.
Muitas vezes a
melhor forma de consciencializar, passa por um simples conceito ou imagem e poucos
serão mais adequados do que o criado por Yan Lu, em Poor Little Fish Sink, em
que as consequências do uso abusivo de água são expostas de forma pungente e
crua, conforme imagem em http://www.tuvie.com/poor-little-fish-basin-your-fish-will-die-if-you-waste-water/
C. Carvalho