Os edifícios encontram-se sujeitos a um conjunto de ações durante o seu período de vida útil, dentro das quais a ação sísmica pode ter uma influência condicionante no dimensionamento das suas estruturas.
A ação sísmica é traduzida por acelerações no terreno, que são transmitidas à estrutura, provocando esforços adicionais e deslocamentos horizontais e verticais que podem atingir valores consideráveis.
Assim, torna-se fundamental que esta ação seja devidamente considerada no dimensionamento estrutural, para que o ediíicio apresente um bom comportamento sísmico, principalmente em zonas em que a sua probabilidade de ocorrência seja média ou elevada. Caso contrário, a ocorrência de um sismo pode provocar graves consequências, como perda de vidas humanas, danos permanentes na estrutura ou até o colapso da mesma.
Em 2004 foi publicado o Eurocódigo 8, que para além de introduzir nova informação sobre a quantificação da ação sísmica, relativamente ao Regulamento de Segurança e Ações, contém um conjunto de verificações e regras de dimensionamento, que têm em conta o tipo de sistema estrutural resistente, o material de construção e a classe de ductilidade.
A classe de ductilidade traduz a capacidade da estrutura para dissipar a energia provocada pelo sismo. Pode ser atribuída, pelo projetista, uma classe alta, média, ou baixa. Para zonas em que existe risco de ocorrência de sismo, o cálculo da ação sísmica pode ser realizado considerando uma ductilidade baixa, no entanto em termos construtivos deve ser implementada uma ductilidade alta.
De acordo com o Eurocódigo 8, a perigosidade sísmica deve ser tida em conta desde a fase inicial do projeto, na conceção estrutural, devendo seguir os seguintes princípios fundamentais:
- simplicidade estrutural;
- uniformidade e simetria;
- resistência e rigidez nas duas direções principais;
- resistência e rigidez à torção;
- ação de diafragma ao nível dos pisos;
- fundação adequada.
Caso estes princípios não sejam cumpridos, podem gerar-se problemas de distribuição de esforços, e uma resposta estrutural pouco eficiente face a um sismo.
Por vezes não é possível conceber um sistema estrutural que garanta todos os princípios enunciados, no entanto existem outras opções para mitigar os efeitos da ação sísmica numa estrutura, apesar de encarecerem a obra, como por exemplo o posicionamento de amortecedores, em pontos estratégicos, aumentando a capacidade de dissipação de energia de uma estrutura.
Em obras de reabilitação é também fundamental a reabilitação sísmica. Para além de as obras de reabilitação poderem fragilizar o edifício no que diz respeito à resistência às ações horizontais, grande parte dos edifícios antigos não foram dimensionados para resistir à ação sísmica. Deste modo, os projetistas devem pensar em soluções pouco intrusivas e eficientes, que aumentem, sempre que possível, a resistência da estrutura às ações horizontais.
A Central Projectos é composta por uma equipa técnica experiente e dedicada, capaz de desenvolver projetos incluindo dimensionamento sísmico, procurando soluções estruturais eficazes e económicas.
Autor: RM