A Turismo de Portugal acaba de dar “luz verde” à construção
de 105 novos hotéis, dos quais 29 na Área Metropolitana de Lisboa, segundo a
notícia do Jornal de Negócios do dia 12 de fevereiro. O turismo continua em
expansão em Portugal, cimentando a importância que tem na economia nacional. De
norte a sul, os novos projetos distribuem-se em 18 no Norte, 14 no Centro, 29
em Lisboa, 21 no Alentejo e 23 no Algarve. São investimentos importantes que
exigem o melhor, em termos de projeto e construção, para turistas cada vez mais
exigentes na qualidade e na segurança. São pessoas que, para além da cultura
diferente e apreciada por quem nos visita, procuram segurança, tranquilidade e justiça/responsabilidade
social.
O número de escritórios em Lisboa também tem vindo a
crescer, atingindo os 50% em janeiro passado, prevendo-se, também, a realização
de novos projetos vocacionados para este sector nos próximos anos.
Qualidade – a única resposta
A qualidade do edificado em Portugal tem vindo a subir,
fruto de políticas de fiscalização e da implementação de normas europeias. As
empresas e os técnicos vêem-se assim obrigados a atualizar conhecimentos por
forma a responder de forma responsável aos novos padrões de qualidade. O
período de transição entre as duas realidades – RSA/REBAP/REAE e Eurocódigos
estruturais – encontra-se praticamente esgotado. A NP EN1998, por exemplo,
exige novos níveis de segurança que Portugal tem de saber aproveitar para a
construção de uma imagem de excelência, sabendo que tanto o turismo como muitas
sucursais de empresas internacionais se concentram em regiões de elevado risco
sísmico. Essa aparente contradição – procura de segurança em regiões com
elevado risco sísmico – tem o seu paradigma máximo em países como o Japão:
teme-se mais pela segurança em muitos países com sismicidade nula do que no
país do sol nascente. Isso porque nos habituámos a ver acontecerem fortes
abalos sísmicos sem que tenha havido derrocadas de quaisquer edifícios (o
problema com a Central Termonuclear de Fukushima deveu-se ao tsunami e não
diretamente ao sismo). Naquelas ilhas nipónicas a preocupação é a da segurança,
que acaba por conquistar quem para ali desloca empresas. A China, país de
extremos, consegue ter o melhor e o pior. Acabamos sempre por tomar
conhecimento de mais um edifício que ali ruiu e nunca das obras que todos os
dias entram no Guiness do engenho Humano. A questão é: onde preferias estar com
a tua família durante um sismo 8.0? Em Lisboa ou em Tóquio? Dá que pensar, não
é? Ou é melhor não.
AFreire
Imagem: https://www.portugalgolfluxurytourism.com/the-time-for-lisboa/